Blog
Por Gabriel Aldana, sócio-diretor da E-Atrica
Marketing Digital é Marketing
O Marketing Digital nunca esteve com tanta evidência e com tantas soluções e ferramentas quanto hoje. As informações e novidades são tantas que muitos profissionais ainda têm muitas dúvidas sobre as diferenças entre o Digital e o Tradicional, o que é algo absolutamente normal! O importante é buscar respostas.
A minha é: nenhuma diferença! Isso mesmo, nenhuma!
Calma, antes de pensar que sou maluco, deixe-me fundamentar minha resposta: existem inúmeras diferenças na aplicação das ações e estratégias entre digital e tradicional, porém, os conceitos são os mesmos e se aplicam às duas formas de se fazer marketing. Veja só:
Google Ads e Adsense – Anúncios.
Lembra daquele tradicional anúncio de jornal? Eles estão presentes em revistas e jornais impressos, tanto nos classificados, somente no formato de texto, quanto em outras áreas, na forma de peças publicitárias ocupando 1/4 de página, 1/2 página, página inteira, etc. A diferença está no formato e na maneira de se executar os anúncios.
Para fazer um anúncio no Google, é necessário, entre outras coisas, ter conhecimento da ferramenta de Ads, tanto na configuração, quanto na execução e leituras de seus KPI’s, como CTR, CPA, CPC, etc.
Para fazer um anúncio em um jornal ou revista impressa, é preciso ter o contato comercial do veículo e ter informações sobre audiência e seus indicadores, porém, em ambos os casos é necessário que se tenha um anúncio muito bem escrito e vendedor, além de peças publicitárias muito bem feitas, que capturem a atenção do público e comuniquem de forma clara e efetiva, sejam elas no formato de página inteira no impresso ou banners no digital.
E-mail marketing – Mala direta.
As duas formas, tanto o e-mail marketing quanto a mala direta, são maneiras de fazer marketing direto, ou seja, aquela estratégia voltada diretamente ao consumidor específico, com promoções e ofertas de produtos ou serviços, assim como telemarketing e televendas.
As diferenças estão nos recursos utilizados. Para trabalhar com e-mail marketing, é preciso de uma ferramenta específica, como MailChimp e Campain Monitor, por exemplo. Já na mala direta, é preciso de um pacote físico ou envelope e uma empresa que faça a entrega no endereço, porém, o conteúdo, nos dois formatos, tem de ser interessante e a oferta vantajosa para o cliente, senão, de nada adianta. Não tem Black Friday que salve! Ambos irão para o lixo (físico ou eletrônico)!
Mídia Programática – Mídia.
Aqui as diferenças são um pouco mais profundas, na minha minha opinião, porém, os conceitos seguem os mesmos.
Na mídia tradicional, geralmente, um profissional do departamento comercial de um veículo de TV, por exemplo, procura anunciantes e vai até eles com dados de audiência, projeção de retorno e cases de clientes que já anunciaram. Já na mídia programática, é preciso de uma DMP (Data Management Platform), para entender sobre perfil de usuário e um DSP (Demand Side Platform), para configurar e executar as campanhas. A compra de anúncios é feita de forma automática, numa espécie de leilão. Nas duas formas o filme a ser exibido tem de ser bem produzido, passar credibilidade e comunicar de forma clara e objetiva, caso contrário, a venda não acontecerá!
SEO – Presença e conteúdo.
O SEO (Search engine Optimization) é o conjunto de estratégias utilizadas para ser encontrado de forma “gratuita” pelo Google e outros buscadores. Para ser encontrada, a empresa precisa, entre muitas outras coisas, otimizar seu site de forma técnica, dentro das métricas do Google e criar conteúdo bom e constante, direcionado para as palavras-chave às quais deverão ser pesquisadas. É preciso estar presente e ter conteúdo de qualidade.
No mundo físico, é o mesmo conceito. A empresa deve estar onde o cliente está. Publicar anúncios nos veículos certos, participar de eventos do segmento, etc. Aliás, tudo isso ajuda em SEO, pois ao participar de um evento e virar notícia em um outro portal com grande relevância, por exemplo, vai acontecer geração de link building (links externos apontados para um site), colocando o site em maior evidência. Experimente ficar de fora da Black Friday, grande evento do varejo. Além de não vender, perderá relevância!
Essas foram apenas algumas analogias possíveis de se fazer entre Marketing Digital e Marketing tradicional. Existem muitos outros exemplos que poderíamos dar.
Por que será, então, que muitas empresas tradicionais estão quebrando ou correndo desesperadas para aprender marketing digital?
Na minha opinião, porque elas não focam no propósito do negócio. Muitas agências de publicidade quebraram ou estão quebrando porque seu negócio é ganhar prêmio em Cannes e não ajudar seus clientes a venderem mais através da publicidade. Muitos jornais estão na pior porque não entenderam que seu negócio é notícia, conteúdo, não papel. Várias empresas que fazem varejo de forma tradicional, ainda não acordaram para investir no e-commerce e assim por diante.
Minha dica é: foque no que seu cliente precisa que o aprendizado e adaptação virá como consequência. Não é tão simples, mas funciona!